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sábado, 17 de março de 2012

A Viagem

Acordei de manhã cedo. Não estava muito animado com a viagem que faria logo mais. A empresa estava para inaugurar uma filial no Japão e eu tinha que ir lá para ver se estava tudo certo. O meu vôo sairia de São Paulo e faria escala em Paris para pousar em Tóquio. Do ponto inicial até Paris, seria mais ou menos 11hs de vôo e dali para Tóquio mais algumas.
Arrumei-me, peguei um taxi e fui para o Aeroporto. Do apartamento até lá não era muito tempo, mas logo de manhã o transito estava ruim.
Cheguei quase na hora do vôo e apressei-me em embarcar.
Estava confortável na poltrona lendo O Homem Que Calculava quando chegou uma moça com um garotinho que não podia ter mais do que seis anos, e supus que era filho dela, Desanimado, olhei para trás e vi que tinha apenas mais uma poltrona e a moça já corria ao encontro da amiga que estava algumas filas longe, restando então, apenas a poltrona ao meu lado, a qual o garoto tratou de ocupar:
— Como você se chama, moço?
Ele me perguntou
— Ricardo.
Respondi sem tirar os olhos do livro.
— E você?
Perguntei-lhe por educação.
— Me chamo Matheus.
Uma onda de desespero me percorreu: todos sabem que os “Matheus” costumam ser muito serelepes, e, se esse também for, minha viagem não seria nada tranquila.
— Para onde você vai Ricardo?
— Vou para Tóquio, e você?
— Não é mesmo coincidência? Também estou indo para Tóquio!
Ele disse alegre. Muito mais desanimado, fechei o livro: seria inútil tentar ler com o garoto me importunando a viagem inteira. Mas meu livro não passou despercebido aos olhos espertos do garoto loiro e de olhos claros:
— O que você está lendo?
Virei o livro para mostrar-lhe o titulo.
— “O Homem Que Calculava”? Minha mãe já leu esse livro, ela disse que achou sem graça.
— Mesmo? Não acho que Malba Tahan seja sem graça...
O garoto deu de ombros:
— Ela disse que “Tanta coisa pra escrever e o homem escreve logo sobre matemática?”
— Então porque ela o leu?
— Parece que era um trabalho da faculdade... Mas ela não leu o livro inteiro não, apenas leu uma parte e pegou o resumo geral na internet.
— E seu pai?
O garoto fez uma cara triste ao ouvir falar do pai
— Não sei quem é meu pai, ele deixou minha mãe grávida e sumiu no mundo...
Por um momento fiquei com pena do garoto e tratei de mudar de assunto:
— E por que estão indo pro Japão?
— Minha mãe faz parte de uma ONG para ajudar as pessoas vítimas do terremoto seguido de tsunami que teve lá. Ela foi enviada para ver a situação...
— Entendo.
— E você?
— Vou a negócios da minha empresa e...
Fui interrompido pelo aviso do piloto:
“Senhores passageiros, por favor, apertem os cintos, pois estamos próximos a levantar vôo.”
Ajudei Matheus à por o cinto e em seguida coloquei o meu.
O avião correu pela pista e logo estávamos voando...
Continua

sexta-feira, 16 de março de 2012

Como Inspirar-se?


Alguns se perguntam como inspirar-se, tentam tirar inspiração de onde não há, mas existe um melhor jeito para isso.
A inspiração está nas pequenas coisas, como por exemplo: um gato pula aqui de um telhado ao outro num piscar de olhos e um pássaro se afasta enquanto o sol se põe, ou quem sabe ainda uma moça bonita que passa na rua...
Mas há dias que somos vencidos pela infertilidade mental e nada nos inspira. Esses dias eu procuro evitar (embora eles sempre me encontrem...), pensando, escrevendo e lendo. Ler é um bom remédio para isto: age diretamente no cérebro deixando-o alerta e criativo, abrindo novos horizontes a nossa mente tão pequena. A leitura também é amiga da escrita, pois a estimula, porque depois de um bom livro, aposto que sente vontade de narrar como o escritor, e se for bem sucedido nesta tarefa, se sentirá orgulhoso e contente.
A inspiração está nas pequenas coisas...

Dia-a-dia


Todos os dias, Pedro a via, seus olhos verdes e ágeis nunca se enganavam quando admiravam tamanha beleza. De longe ela era muito bonita, e de perto muito mais radiante, mas Pedro nunca teve coragem de se aproximar o bastante pra dizer o que sentia, pois o medo era predominante e o menino, com seus cabelos loiros, cacheados e curtos, nunca sabia o que dizer.
Mas Juliana considerava Pedro como cenário permanente da escola: sempre quieto e petrificado quando a via, ela ria do garoto, mas sentia muita pena por seus pais terem morrido quando ele ainda era criança e agora estava sob os cuidados dos tios, que por sinal, não eram muito agradáveis com Pedro, porque, vez ou outra, ele aparecia com um machucado ou um roxo.
"Pobre garoto"
Mas sempre que se perdia nesses pensamentos, ela procurava afastá-los e pensar em algo bom, para passar o tempo, como um livro. Ah sim, um livro. Ela estava lendo um bom livro e neste momento estava terminando-o quando escutou alguém se aproximar. Tirou os olhos dos livros e se virou. Lá estava...
Continua