O avião correu pela pista e logo estávamos voando...
Foi uma longa viajem, eu já havia cochilado um pouco quando chegamos em Paris. Eu desci do avião, me dirigi ao saguão do aeroporto. Lá, encontrei um acento confortável, encostei a cabeça e dormi.
Acordei descansado e agradecido, mas quando olhei para o grande relógio do aeroporto, o horário do meu próximo voo havia passado e muito. Praguejei. E agora? Ligaria para o patrão a contaria que eu simplismente dormi e deixei o avião escapar? Não, não mesmo. Melhor esperar o próximo voo. Fui até o check in pedir informação com meu francês mau falado. Pelo que entendi, o próximo voo seria dali a 4 horas.
Menos mau. Pensei. Pelo menos não vou ter que esperar até amanhã para embarcar. Posso dizer para o patrão que o voo atrasou muito, e, quem sabe, eu consigo escapar.
Sentei e comecei a assistir ao jornal na televisão do aeroporto, entendendo pouca coisa. Mas então, o jornalista anunciou uma notícia que mudou minha vida: um pouco mais cedo, naquele dia, um avião partindo de Paris com destino à Tóquio, caiu não muito depois de alçar voo, e, até agora, não havia notícias sobre sobreviventes.
Meu coração ficou pesado e me senti culpado por não estar naquele avião juntamente com Matheus.