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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Medo de Escuro


Hoje de manhã recebi uma mensagem, mensagem sua. Não dizia muita coisa, apenas que estava com saudade e queria me ver logo. Respondi com alguma coisa do tipo meloso e voltei a dormir. Não importa. Não há como nos vermos. Já é dia vinte e nove e logo eu mergulharei para sempre na escuridão.

Consegui dormir e sonhei com você. Estávamos de mãos dadas passeando por ai, sem nada para incomodar, sem distância para superar. Você sorria alegremente o tempo todo e me dava esperança de uma vida já perdida. Minha única esperança.

Então acordei e percebi que foi apenas um sonho.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

As Várias Decepções da Vida

Ele desceu cansado do ônibus, deu alguns passos e parou, vislumbrado. Lá estava ela, que parecia ter pulado das pinturas mais belas de Da Vinci. Seus longos cabelos loiros esvoaçavam ao vento, e, quando andava, o mundo a sua volta parecia ganhar mais vida.

Ele, vidrado e parecendo um maníaco, a segui até certo ponto, quando ela parou numa banquinha e perguntou para o moço se tinha o último CD da banda Restart.

Ele deu meia-volta e correu o mais rápido que pode para o mais longe possível dela.

A Viagem 2

O avião correu pela pista e logo estávamos voando...


Foi uma longa viajem, eu já havia cochilado um pouco quando chegamos em Paris. Eu desci do avião, me dirigi ao saguão do aeroporto. Lá, encontrei um acento confortável, encostei a cabeça e dormi.


Acordei descansado e agradecido, mas quando olhei para o grande relógio do aeroporto, o horário do meu próximo voo havia passado e muito. Praguejei. E agora? Ligaria para o patrão a contaria que eu simplismente dormi e deixei o avião escapar? Não, não mesmo. Melhor esperar o próximo voo. Fui até o check in pedir informação com meu francês mau falado. Pelo que entendi, o próximo voo seria dali a 4 horas.

Menos mau. Pensei. Pelo menos não vou ter que esperar até amanhã para embarcar. Posso dizer para o patrão que o voo atrasou muito, e, quem sabe, eu consigo escapar.

Sentei e comecei a assistir ao jornal na televisão do aeroporto, entendendo pouca coisa. Mas então, o jornalista anunciou uma notícia que mudou minha vida: um pouco mais cedo, naquele dia, um avião partindo de Paris com destino à Tóquio, caiu não muito depois de alçar voo, e, até agora, não havia notícias sobre sobreviventes.
Meu coração ficou pesado e me senti culpado por não estar naquele avião juntamente com Matheus.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Na Terra dos Lobos

Temo que esta é a última vez que minha pena toca o papel. Provavelmente a minha execução acontecerá amanhã e, pelo que tenho visto, não será nem um pouco rápida.

Tudo começou a mais ou menos 2 meses, quando cheguei à Romênia para explorar, em nome da Inglaterra, as infinitas utilidades das terras a leste da Transilvânia, pertencentes ao famoso infame Conde Vlad III. Não me deixei abalar pelas lendas de que ele vivia ha trezentos anos, nem da sua fama de empalador, que lhe rendera o simpatico título de Vlad Tsepesh, que significa "empalador".

Minha viajem havia se iniciado em Londres, quando quase me atrasei para pegar meu trem, que saia pontualmente as 8 horas de uma manhã fria de outono em 1853. Uma nova onda de tecnologia explodia em todos os cantos da cidade, e eu me maravilhava com os feitos de uma certa revolução, a meu ver, nas áreas do transporte, petroquímica, luxo, siderúrgica, e etc. melhorando cada vez mais. O trem partiu logo que eu embarquei, e após algum tempo, Londres se perdia ao horizonte distante. Ao cabo de alguns dias, cheguei a Bucharest e parti para as terras de Tirgoviste, encontrar meu futuro amigo (quem saberia?), o Conde.

Atravessamos uma terra belíssima, mas absolutamente selvagem, repleta de lobos tão ferozes que se atreviam mesmo a desafiar a nossa carruagem e seus gigantescos cavalos. O ocaso batia à torre do enorme castelo do conde, que ficava no meio de um vale cercado de montanhas, de modo que o lugar permanecia quase que constantemente imerso na escuridão. Minha carruagem parou e, mal desci, ela já bateu em retirada, rápida como os mais modernos automóveis que começavam a povoar as estradas de Londres. Ao bater dos portões, uma figura excêntrica me atendeu.

(continua)