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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Papo Cabeça

- Olá, eu sou a Morte.

Bom, nem sempre fui Morte. Os antigos gregos me chamavam de Tânatos, e os romanos de Letus. Você com certeza já ouviu falar de mim, mas, é claro, se está lendo isso, ainda não tive o prazer de vos conhecer pessoalmente.

Alguns acham que sou mulher. Estão errados. Eu não tenho forma, sou apenas uma alma que nas horas vagas gosta de escrever. É certo que posso assumir forma as vezes, mas as pessoas não percebem que eu sou eu.


Um dia normal na minha existência
  •  Ceifar Almas
  • Escrever Contos e Fábulas
  • Tomar um Café na Padaria do Seu João 

Estou com uns dias bem movimentados aqui, por culpa dessas guerras que andam acontecendo por esse mundo, mas nem sempre foi assim. Houve dias que eu conheci apenas algumas pessoas, mas esses dias agora estão distantes. Tive muito trabalho em particular em dois eventos importantes: umas tais torres gêmeas e uma bomba atômica que esplodiu por ai. Sim, nesses acontecimentos minha agenda ficou lotada. Indo e vindo pela estrada entre esse mundo e o outro.

Bem meu amigo, tenho que ir. Tenho uma alma para acompanhar. Deixe-me ver... Ei, é o próprio Seu João!

Até logo, foi bom falar com você e espero que nos encontremos em breve.

sábado, 8 de setembro de 2012

O Castelo da Morte

 

Uma pessoa alta, magra e esguia, mas com classe de um "Sir" membro do parlamento. Ostentava um sobretudo a vezes de capa  negro que pendia quase até o chão. Seus cabelos eram negros e longos até os ombros e sua barba era bem feita e o fazia parecer um tanto sério, aspecto que era contradito por seus olhos e sorriso joviais. Deu as boas vindas e convidou-me para entrar, apresentando como conde Vlad III, mas que eu podia chama-lo apenas de Conde.

- Esta é a Transilvânia, meu caro! A fama de Terra dos Lobos realmente lhe cai bem, mas as outras lendas não passam de histórias. Não tenho trezentos anos, como pode notar. Mas deixei que assim o espalhassem, para que visitas desagradáveis não batam aos meus portões. Mas não o senhor, é claro! Venha, tratemos de negócios!

Notei que haviam poucos empregados para o tamanho do castelo, e os que ali estavam pareciam nervosos ao passarem perto do conde. Ele próprio me mostrou meus aposentos e pediu gentilmente que eu descansasse para que logo estivesse disposto a discutirmos as propostas. O quarto era bem agradável, apesar de escuro demais e a vista dava para um grande lago ao lado da propriedade. Cerca de uma hora depois, um empregado veio me chamar, a fim de que jantasse com o conde. A questão das terras foi levantada, mas não conseguimos chegar a um acordo naquela noite, por isso fomos dormir e deixamos esses assuntos para os próximos dias. Estava cansado da viagem, meu corpo doía e eu só pensava naquela confortável cama. Mas quando abri a porta do meu quarto me deparei com uma jovem. Eu não sabia, mas era a minha perdição encarnada.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Medo de Escuro


Hoje de manhã recebi uma mensagem, mensagem sua. Não dizia muita coisa, apenas que estava com saudade e queria me ver logo. Respondi com alguma coisa do tipo meloso e voltei a dormir. Não importa. Não há como nos vermos. Já é dia vinte e nove e logo eu mergulharei para sempre na escuridão.

Consegui dormir e sonhei com você. Estávamos de mãos dadas passeando por ai, sem nada para incomodar, sem distância para superar. Você sorria alegremente o tempo todo e me dava esperança de uma vida já perdida. Minha única esperança.

Então acordei e percebi que foi apenas um sonho.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

As Várias Decepções da Vida

Ele desceu cansado do ônibus, deu alguns passos e parou, vislumbrado. Lá estava ela, que parecia ter pulado das pinturas mais belas de Da Vinci. Seus longos cabelos loiros esvoaçavam ao vento, e, quando andava, o mundo a sua volta parecia ganhar mais vida.

Ele, vidrado e parecendo um maníaco, a segui até certo ponto, quando ela parou numa banquinha e perguntou para o moço se tinha o último CD da banda Restart.

Ele deu meia-volta e correu o mais rápido que pode para o mais longe possível dela.

A Viagem 2

O avião correu pela pista e logo estávamos voando...


Foi uma longa viajem, eu já havia cochilado um pouco quando chegamos em Paris. Eu desci do avião, me dirigi ao saguão do aeroporto. Lá, encontrei um acento confortável, encostei a cabeça e dormi.


Acordei descansado e agradecido, mas quando olhei para o grande relógio do aeroporto, o horário do meu próximo voo havia passado e muito. Praguejei. E agora? Ligaria para o patrão a contaria que eu simplismente dormi e deixei o avião escapar? Não, não mesmo. Melhor esperar o próximo voo. Fui até o check in pedir informação com meu francês mau falado. Pelo que entendi, o próximo voo seria dali a 4 horas.

Menos mau. Pensei. Pelo menos não vou ter que esperar até amanhã para embarcar. Posso dizer para o patrão que o voo atrasou muito, e, quem sabe, eu consigo escapar.

Sentei e comecei a assistir ao jornal na televisão do aeroporto, entendendo pouca coisa. Mas então, o jornalista anunciou uma notícia que mudou minha vida: um pouco mais cedo, naquele dia, um avião partindo de Paris com destino à Tóquio, caiu não muito depois de alçar voo, e, até agora, não havia notícias sobre sobreviventes.
Meu coração ficou pesado e me senti culpado por não estar naquele avião juntamente com Matheus.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Na Terra dos Lobos

Temo que esta é a última vez que minha pena toca o papel. Provavelmente a minha execução acontecerá amanhã e, pelo que tenho visto, não será nem um pouco rápida.

Tudo começou a mais ou menos 2 meses, quando cheguei à Romênia para explorar, em nome da Inglaterra, as infinitas utilidades das terras a leste da Transilvânia, pertencentes ao famoso infame Conde Vlad III. Não me deixei abalar pelas lendas de que ele vivia ha trezentos anos, nem da sua fama de empalador, que lhe rendera o simpatico título de Vlad Tsepesh, que significa "empalador".

Minha viajem havia se iniciado em Londres, quando quase me atrasei para pegar meu trem, que saia pontualmente as 8 horas de uma manhã fria de outono em 1853. Uma nova onda de tecnologia explodia em todos os cantos da cidade, e eu me maravilhava com os feitos de uma certa revolução, a meu ver, nas áreas do transporte, petroquímica, luxo, siderúrgica, e etc. melhorando cada vez mais. O trem partiu logo que eu embarquei, e após algum tempo, Londres se perdia ao horizonte distante. Ao cabo de alguns dias, cheguei a Bucharest e parti para as terras de Tirgoviste, encontrar meu futuro amigo (quem saberia?), o Conde.

Atravessamos uma terra belíssima, mas absolutamente selvagem, repleta de lobos tão ferozes que se atreviam mesmo a desafiar a nossa carruagem e seus gigantescos cavalos. O ocaso batia à torre do enorme castelo do conde, que ficava no meio de um vale cercado de montanhas, de modo que o lugar permanecia quase que constantemente imerso na escuridão. Minha carruagem parou e, mal desci, ela já bateu em retirada, rápida como os mais modernos automóveis que começavam a povoar as estradas de Londres. Ao bater dos portões, uma figura excêntrica me atendeu.

(continua)

sábado, 28 de julho de 2012

Conto de Mistério




Gustavo acordou tarde da noite, seus olhos cansados que clamavam por um descanso estavam semicerrados, tentando se acostumar com a luz. Luz? Que luz? Ele se lembrava quando deslizou pelo quarto e apertara de leve o interruptor e tudo ficou escuro. Mas agora que se levantou, percebeu que a luz não vinha de sua própria casa, mas sim, escapava pelas brechas da cortina e inundava seus aposentos. Alguns feixes irregulares de luz dançavam criando sombras nas paredes.
Agora que a luz iluminava e podia se deparar com o espelho fixado na parede: sua aparência era deplorável, embora calma. Tinha várias camadas de pele embaixo dos olhos, cobertas de roxo, e os cabelos, que outrora já foram loiros, adquiriram um tom de branco cada vez mais frequente, demonstrando seus cinquenta e tantos anos.
Estava mais acordado e atento e por isso já conseguia ouvir conversas: conversas altas, risadas escandalosas e uma música horrível.
— Silencio!
Ele berrou. As conversas pararam, as risadas calaram-se e a música cessou. Também a luz se apagou e tudo ficou em silencio. Satisfeito, Gustavo voltou para as agradáveis dobras de suas cobertas.
De repente, a luz acendeu, as conversas e risadas voltaram e a música recomeçou. Gustavo ficou vermelho de raiva.
“Vou ter que falar pessoalmente com o vizinho!”
Livrou-se das cobertas e disparou para a porta. Estava fora quando tudo cessou novamente. Já tinha meio caminho andado e decidiu não voltar. Abriu o portão do vizinho e separou as mãos para bater palmas quando a luz acendeu e todos gritaram:
— Surpresa!
Então ele se deu conta de que estava tão cansado que acabou esquecendo do próprio aniversario.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Dia-a-dia 2

Lá estava... Emerson, namorado de Juliana acabara de chegar de viajem. Juliana sorriu, radiante, para ele. Emerson era um rapaz alto e atlético, jogava num time de handball local, tinha recém chegado à cidade e a medalha de prata do Campeonato Brasileiro de Handball pendia no peito, seus cabelos eram algo entre ruivo e loiro e lhes caiam por sobre os ombros, os olhos castanhos completavam o visual: cansado, mas feliz. Juliana, loira e de olhos azuis, tratou de puxar assunto:
— Como foi meu amor? Senti sua falta...
— Foi ótimo. Ficamos em segundo lugar, perdemos na final para um time de São Paulo. Mas me contento com a medalha de prata.
— Ah. Deve ter sido ótimo... Sente-se aqui e me conte mais sobre essa sua viajem.
E, atrás de um pilar, observando tudo de longe, estava Pedro. Ele sentiu uma pontada doida de ciúmes e não aguentou mais olhar para os dois. Virou-se para o lado, e, só então se deu conta de que deveria estar em aula, mas percebeu isso tarde demais e uma mão firme o segurou pelo pulso:
— O que pensa que está fazendo aqui, garoto?
Quem falava era Jorge, o inspetor do colégio. Parecia que ele tinha resolvido tornar a vida de Pedro um inferno dês de a primeira vez que o viu.
— Eu só estava...
— Sim, você só estava, mas acho que o diretor vai gostar de saber disso...
Pedro estremeceu ao ouvir falar que ia encontrar o diretor. Ele nunca tinha se metido em confusão, e por isso, nunca tinha ficado frente a frente com o diretor. Jorge o conduziu pelo corredor principal até uma sala que parecia não chegar nunca. Então eles dobraram a esquerda e se depararam com uma porta. Jorge bateu três vezes e ela se abriu...

sábado, 17 de março de 2012

A Viagem

Acordei de manhã cedo. Não estava muito animado com a viagem que faria logo mais. A empresa estava para inaugurar uma filial no Japão e eu tinha que ir lá para ver se estava tudo certo. O meu vôo sairia de São Paulo e faria escala em Paris para pousar em Tóquio. Do ponto inicial até Paris, seria mais ou menos 11hs de vôo e dali para Tóquio mais algumas.
Arrumei-me, peguei um taxi e fui para o Aeroporto. Do apartamento até lá não era muito tempo, mas logo de manhã o transito estava ruim.
Cheguei quase na hora do vôo e apressei-me em embarcar.
Estava confortável na poltrona lendo O Homem Que Calculava quando chegou uma moça com um garotinho que não podia ter mais do que seis anos, e supus que era filho dela, Desanimado, olhei para trás e vi que tinha apenas mais uma poltrona e a moça já corria ao encontro da amiga que estava algumas filas longe, restando então, apenas a poltrona ao meu lado, a qual o garoto tratou de ocupar:
— Como você se chama, moço?
Ele me perguntou
— Ricardo.
Respondi sem tirar os olhos do livro.
— E você?
Perguntei-lhe por educação.
— Me chamo Matheus.
Uma onda de desespero me percorreu: todos sabem que os “Matheus” costumam ser muito serelepes, e, se esse também for, minha viagem não seria nada tranquila.
— Para onde você vai Ricardo?
— Vou para Tóquio, e você?
— Não é mesmo coincidência? Também estou indo para Tóquio!
Ele disse alegre. Muito mais desanimado, fechei o livro: seria inútil tentar ler com o garoto me importunando a viagem inteira. Mas meu livro não passou despercebido aos olhos espertos do garoto loiro e de olhos claros:
— O que você está lendo?
Virei o livro para mostrar-lhe o titulo.
— “O Homem Que Calculava”? Minha mãe já leu esse livro, ela disse que achou sem graça.
— Mesmo? Não acho que Malba Tahan seja sem graça...
O garoto deu de ombros:
— Ela disse que “Tanta coisa pra escrever e o homem escreve logo sobre matemática?”
— Então porque ela o leu?
— Parece que era um trabalho da faculdade... Mas ela não leu o livro inteiro não, apenas leu uma parte e pegou o resumo geral na internet.
— E seu pai?
O garoto fez uma cara triste ao ouvir falar do pai
— Não sei quem é meu pai, ele deixou minha mãe grávida e sumiu no mundo...
Por um momento fiquei com pena do garoto e tratei de mudar de assunto:
— E por que estão indo pro Japão?
— Minha mãe faz parte de uma ONG para ajudar as pessoas vítimas do terremoto seguido de tsunami que teve lá. Ela foi enviada para ver a situação...
— Entendo.
— E você?
— Vou a negócios da minha empresa e...
Fui interrompido pelo aviso do piloto:
“Senhores passageiros, por favor, apertem os cintos, pois estamos próximos a levantar vôo.”
Ajudei Matheus à por o cinto e em seguida coloquei o meu.
O avião correu pela pista e logo estávamos voando...
Continua

sexta-feira, 16 de março de 2012

Como Inspirar-se?


Alguns se perguntam como inspirar-se, tentam tirar inspiração de onde não há, mas existe um melhor jeito para isso.
A inspiração está nas pequenas coisas, como por exemplo: um gato pula aqui de um telhado ao outro num piscar de olhos e um pássaro se afasta enquanto o sol se põe, ou quem sabe ainda uma moça bonita que passa na rua...
Mas há dias que somos vencidos pela infertilidade mental e nada nos inspira. Esses dias eu procuro evitar (embora eles sempre me encontrem...), pensando, escrevendo e lendo. Ler é um bom remédio para isto: age diretamente no cérebro deixando-o alerta e criativo, abrindo novos horizontes a nossa mente tão pequena. A leitura também é amiga da escrita, pois a estimula, porque depois de um bom livro, aposto que sente vontade de narrar como o escritor, e se for bem sucedido nesta tarefa, se sentirá orgulhoso e contente.
A inspiração está nas pequenas coisas...

Dia-a-dia


Todos os dias, Pedro a via, seus olhos verdes e ágeis nunca se enganavam quando admiravam tamanha beleza. De longe ela era muito bonita, e de perto muito mais radiante, mas Pedro nunca teve coragem de se aproximar o bastante pra dizer o que sentia, pois o medo era predominante e o menino, com seus cabelos loiros, cacheados e curtos, nunca sabia o que dizer.
Mas Juliana considerava Pedro como cenário permanente da escola: sempre quieto e petrificado quando a via, ela ria do garoto, mas sentia muita pena por seus pais terem morrido quando ele ainda era criança e agora estava sob os cuidados dos tios, que por sinal, não eram muito agradáveis com Pedro, porque, vez ou outra, ele aparecia com um machucado ou um roxo.
"Pobre garoto"
Mas sempre que se perdia nesses pensamentos, ela procurava afastá-los e pensar em algo bom, para passar o tempo, como um livro. Ah sim, um livro. Ela estava lendo um bom livro e neste momento estava terminando-o quando escutou alguém se aproximar. Tirou os olhos dos livros e se virou. Lá estava...
Continua